Uma das variáveis que mais influenciam no processo de tomada de decisão, são as emoções.
E o que dizer quando estas emoções estão de mãos dadas com nossos princípios?
O episódio de Greta Thunberg recusar o convite para falar em evento cultural em Edimburgo, pelo fato do patrocinador ser investidor em empresas de combustíveis fósseis, nos faz admirar sua atitude, despertando um “orgulho alheio”.
Afinal, entendemos ser nobre quando alguém traz seus princípios como norteadores de sua conduta.
Esse ativismo (sem trocadilho) ético soa afinado em ouvidos normalmente maltratados à poluição de gritas radicalizadas nos diversos espectros do debate social.
A escolha de um princípio como fator de tomada de decisão está muito centrado no que me refiro a entender o contexto primeiro, para somente depois analisar as variáveis que interessam naquele cenário.
Greta, perspicaz, entendeu que o evento em Edimburgo não se fechava em si mesmo. O contexto envolvia algo universal, que é tão fluido e presente quanto as correntes marinhas que se interligam pelos oceanos.
Ele requeria uma escolha entre ir ao evento e lá, talvez, criticar o patrocinador, ou fazer o que ela fez, em português brasileiríssimo: “não passar pano” , segundo ela, para o greenwashing.
Em que momento a emoção pode ter influenciado esse processo decisório, somente Greta poderia responder. Mas suas palavras:”- …não posso comparecer(…)” trazem mais do que reflexão de uma personalidade segura. Esse impedimento traduz também angústia, rejeição e reprovação.
Sentimentos personalíssimos adotados imediatamente como difusos ao serem revelados.
Na dose certa, decisões baseadas em princípios e emoções tendem a despertar energia adicional na defesa de seus resultados. Dificilmente você irá ver alguém se lamentando por uma decisão baseada em razão e emoção somados. No contexto certo cristalizam um momento, tornando duradouro algo que de outra forma talvez não surtisse o mesmo efeito. Foi este o caso de Edimburgo.